segunda-feira, julho 26

POIS BEM!

A PRIMEIRA HISTÓRIA A SER CONTADA POR AQUI SERÁ DE MISTÉRIO!

NOME: O VILAREJO
DATAS: TODAS AS TERÇAS
GENERO: MISTÉRIO
LOCAL: LONDRES




parte 1 dia 03/setembro 

segunda-feira, julho 5

Alice no pais das maravilhas

OLHA ME PARECE QUE ALICE ESTÁ COM TUDO HOJE EM DIA, UMA AVALANCHE DE PRODUTOS COM O NOME ALICE ESTÁ SENDO LANÇADO.
MAS NÃO FOI ASSIM NO CLASSICO DA DISNEY.

ESPECIAL DO LIVRO PARA AS TELAS


 A história da associação de Walt Disney com os livros de Alice de Lewis Carroll (“Alice in Wonderland” e “Through the Looking Glass”) data até 1923, quando Disney ainda era um cineasta de 22 anos tentando alcançar a fama em Kansas City. Quando sua primeira série de desenhos, os Newman Laugh-O-Grams, não conseguiram recuperar seus custos de produção, o jovem produtor tentou criar outros curtas na esperança que um deles lhe traria sucesso. O último desses trabalhos em Kansas City se chamava “Alice’s Wonderland”, e apresentava uma menina de verdade (Virginia Davis) interagindo em um mundo de desenho animado. Dirigido pelo próprio Walt, o curta chamou a atenção da distribuidora independente M.J. Winkler, que decidiu distribuir uma série de “Alice Comedies” de Disney. E assim, de 1924 à 1926, o Disney Brothers Studio (que viria se tornar o Walt Disney Studios) produziu cerca de cinqüenta curtas da série Alice Comedies.
• Antes mesmo de BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES (1937), Walt Disney planejava fazer de ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS seu primeiro longa-metragem. Assim como nos curtas da série Alice Comedies dos anos anteriores, ele planejava usar uma combinação de filme real e animação para as cenas no País das Maravilhas. Em 1933, um teste em Technicolor foi filmado com Mary Pickford no papel de Alice. Essa primeira tentativa de Disney em produzir um filme de Alice foi eventualmente deixada de lado quando a Paramount lançou uma versão live-action de “Alice nos País das Maravilhas” estrelando Gary Cooper, Cary Grant e W.C. Fields em 1933.
• Após a tentativa inicial na década de 30, Walt Disney não abandonou a idéia de fazer um filme de Alice. Depois de seu enorme sucesso com BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES, Walt Disney registrou oficialmente o título “Alice in Wonderland” com a MPAA (Motion Picture Association of América) em 1938. Embora trabalho preparatório tenha começado imediatamente para ALICE, a devastação econômica da Segunda Guerra Mundial, assim como as exigências das produções de PINÓQUIO, FANTASIA e BAMBI novamente adiaram o projeto.
• Após a guerra, em 1945, Walt Disney propôs uma versão animada/live-action de “Alice no País das Maravilhas” que iria estrelar Ginger Rogers e utilizaria as técnicas vistas em VOCÊ JÁ FOI À BAHIA? (The Three Caballeros, 1945). Esta tentativa também foi deixada de lado e, em 1945, foi iniciado o trabalho em uma versão totalmente animada da história que teria sua direção de arte altamente baseada nas famosas ilustrações de Sir John Tenniel. Esta versão à fase de storyboard, mas acabou sendo rejeitada por Walt, que imaginava em outra versão proposta de “Alice” misturando live-action e animação e que estrelaria Luanna Patten (a estrela Disney de A CANÇÃO DO SUL e MEU QUERIDO CARNEIRINHO). No final dos anos 40, o trabalho foi seguido em uma versão totalmente animada de ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, com maior foco em comédia, música e espetáculo visual, ao contrário da fidelidade rígida aos livros. Finalmente, em 1951, Walt Disney lançou sua versão de ALICE aos cinemas – dezoito anos após discutir suas primeiras idéias para o filme quase trinta anos após ter feito suas Alice Comedies.
• Como os personagens dos livros de Lewis Carroll eram tão conhecidos, em parte devido às fantásticas ilustrações do livro original por Sir John Tenniel, o sentimento original dos artistas Disney era que eles mal poderiam ser alterados na transição das páginas para as telas. Mas os personagens foi “Disneyficados” – para a alegria de alguns e para o horror dos puristas de Carroll.
Uma das maiores dificuldades enfrentadas durante a produção era a grande quantidade de personagens que aparecem nos livros de Lewis Carroll. Cerca de oitenta individuais, humanos e animalescos, aparecem na fantasia das obras. Meramente os introduzindo, um após o outro com um minuto para cada, teria abarrotado a duração de um filme animado tradicional. Walt então percebeu que uma boa edição seria necessária. Algumas das criações de Carroll, como o Gryphon e a Mock Turtle, foram consideradas muito melancólicas. Humpty Dumpty foi considerado muito falador. Outros foram combinados por questões de economia em um único personagem, como as diversas rainhas se unindo com a Duquesa para se tornar a temível Rainha de Copas. Ao total, o filme conseguiu a incrível tarefa de espremer quase metade dos personagens originais e ainda apresentando uma nova personagem: a Maçaneta, a única personagem do filme que não aparece em nenhum dos livros de Lewis Carroll.
• Assim como em BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES e CINDERELA, uma versão completa do filme foi rodada com atores de carne-e-osso foi filmada para consulta dos animadores (apresentando a maioria dos atores que fizeram as vozes do filme). O longa-metragem resultante levou cinco anos para completar ao custo estimado de $3 milhões de dólares.
• Em um esforço para reter alguns dos versos e poemas imaginativos de Carroll, Disney convocou compositores e letristas de fama para compor canções em volta deles e usá-los no filme. Durante os anos em que o filme esteve em produção, um número recorde de cerca de 30 canções foi escrita para o filme, sendo que muitas acabaram não sendo usadas.
• ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS apresenta o maior número de canções do que qualquer filme Disney, mas como algumas duram apenas alguns segundos, este fato é freqüentemente ignorado.
• Originalmente, Alice iria cantar uma canção diferente de “In a World of My Own”. Seria uma balada lenta chamada “Beyond the Laughing Sky”, e era uma canção sobre Alice sonhando de um novo mundo, um mundo melhor que o seu, no mesmo espírito de “Somewhere Over the Rainbow” cantada por Dorothy Galé em O MÁGICO DE OZ (1939). No entanto, Kathryn Beaumont teve dificuldades em cantar a canção, e foi decidido que começar o filme com uma balada lenta poderia cansar a platéia. A canção foi substituída pela mais animada “In a World of My Own”. Ainda assim, “Beyond the Laughing Sky” não foi colocada totalmente na lixeira: suas letras foram reescritas e a canção se tornou “The Second Star to the Right” de PETER PAN.
• Em uma cena cortada do filme Alice teria um encontro com um monstro chamado Jabberwock (que teria a voz de Stan Freberg), do poema de Lewis Carroll “Jabberwocky”. A seqüência foi rejeitada por Walt, ou porque diminuía o ritmo do filme ou por medo de que ela fosse muito assustadora. No entanto, elementos de “Jabberwocky” ainda continuam no filme: a canção do Gato Risonho “Twas Brilling” consiste da estrofe inicial; e a seqüência em Tulgey Wood, que inclui ao menos uma das criaturas mencionadas no poema, os Mome Raths.
• Os peixes que assistem a Morsa enganar as Ostras para fora da água são os mesmos peixes que assistem Pinóquio procurar por Monstro, a baleia em PINÓQUIO (1940).
• Kathryn Beaumont, que é a voz de Alice no filme, também narra a atração “Alice in Wonderland” na Disneyland.
• Sterling Holloway, que fez a voz do Gato Risonho, interpretou o personagem Sapo na versão de 1933 de ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS.
• O primeiro filme Disney em que os atores recebem crédito ao lado dos personagens aos quais emprestaram suas vozes. Isso não ocorreria novamente até MOGLI: O MENINO LOBO (1967). ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS também o primeiro filme animado da Disney a ter créditos finais, e seria o único até O CALDEIRÃO MÁGICO (1985).
• O filme levou cinco anos para ficar pronto, mas esteve em desenvolvimento por cerca de dez anos antes de entrar em produção ativa.
• ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS foi o primeiro filme no qual Walt pôde fazer uso da então nova mídia da televisão para divulgar um filme. Na véspera de Natal de 1950, foi ao ar o primeiro programa de televisão de Walt: “One Hour In Wonderland”. Patrocinado pela Coca-Cola, o programa era apresentado pelo próprio Walt e contava com a participação especial de Edgar Bergen e seus bonecos Charlie e Mortimer (que os fãs Disney conhecerão de COMO É BOM SE DIVERTIR) e Kathryn Beaumont, a voz de Alice. A última parte do programa foi dedicada à ALICE, com a exibição da cena da festa do Chapeleiro Louco e da Lebre Maluca.
• Todas as decisões criativas tomadas por Disney relacionadas às obras originais foram recebidas com grande crítica pelos admiradores de Lewis Carroll, assim como por críticos britânicos de cinema e literatura que acusaram Walt de “americanizar” um grande trabalho literário inglês. Walt não ficou surpreso pela reação fria ao filme – sua versão de “Alice no País das Maravilhas” havia sido feita para o grande público familiar, e não para críticos literários – mas apesar dos muitos anos de esforços, o filme foi um fracasso nas bilheterias (mesmo após o grande sucesso de CINDERELA no ano anterior).
• Anos após o lançamento de ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS no cinema, Walt expressou seu descontentamento com o filme, dizendo que o filme “não tinha coração”.
• Walt Disney sempre foi relutante à idéia de exibir seus filmes animados na televisão, mas como ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS foi uma das suas maiores decepções de bilheteria, ele permitiu que o filme fosse exibido em seu programa de TV semanal. ALICE foi o primeiro filme animado da Disney a ser mostrado na televisão, aparecendo no segundo episódio da série Disneyland, editado para caber no tempo de 1 hora. Por anos o filme pôde apenas ser assistido na televisão, até que em 1974 a Disney finalmente o relançou nos cinemas devido à demanda do público.
• Embora o filme tenha sido um fracasso de bilheteria quando lançado nos cinemas em 1951, vários anos depois ele se tornou o filme Disney mais requisitado para cópias de locação em 16mm para universidades e escolas. Em 1974, o estúdio tomou nota desse fato, recolheu diversas cópias de locação, e relançou o filme nacionalmente nos cinemas. ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, inicialmente negligenciado por público e crítica, passou a ser admirado como um “filme cabeça” por uma nova geração por suas imagens coloridas e psicodélicas. Hoje o filme alcançou o status de cult e é visto com bons olhos entre os fãs de animação.